Doenças comuns em cachorro: sintomas e prevenção

Cuidar da saúde de um cão vai muito além de carinho. Conhecer as doenças comuns em cachorro é essencial para qualquer tutor que deseja proporcionar bem-estar, qualidade de vida e longevidade ao pet. Saber identificar sintomas precocemente e agir na prevenção pode evitar sofrimento — e até salvar vidas.

1. Cinomose

Uma das doenças mais temidas entre tutores, a cinomose é altamente contagiosa e acomete principalmente filhotes ou cães sem vacinação. É provocada por um vírus que afeta os sistemas respiratório, gastrointestinal e neurológico.

Sintomas: febre, secreção nos olhos e nariz, vômito, diarreia, tosse, espasmos musculares, convulsões, apatia.

Tratamento: não existe cura específica. O tratamento é de suporte com medicamentos para controlar sintomas, antibióticos para evitar infecções secundárias e hidratação intensiva. O prognóstico depende da rapidez do diagnóstico.

Prevenção: vacinação polivalente (V8 ou V10) a partir de 45 dias de vida e reforços anuais.

2. Parvovirose

Extremamente contagiosa e comum em filhotes, a parvovirose é causada por um vírus que ataca o intestino, provocando inflamações severas e risco de morte.

Sintomas: diarreia com sangue, vômitos frequentes, perda de apetite, febre, fraqueza extrema.

Tratamento: assim como na cinomose, é paliativo: hospitalização com fluidoterapia, antibióticos, controle de náuseas e isolamento. O sucesso depende da resposta do sistema imunológico do cão.

Prevenção: vacinação V8 ou V10 e evitar exposição a outros cães em locais públicos antes de o protocolo vacinal estar completo.

3. Giardíase

Doença intestinal causada por um protozoário. Muito comum, especialmente em cães que vivem em ambientes úmidos ou frequentam locais compartilhados com outros animais.

Sintomas: diarreia crônica, fezes esverdeadas com mau odor, cólicas, apatia e perda de peso.

Tratamento: vermífugos específicos (geralmente com metronidazol), probióticos e reforço na hidratação.

Prevenção: higiene frequente dos comedouros, bebedouros e ambientes. Trocar a água com frequência e evitar contato com fezes de outros animais.

4. Verminoses

Afetam cães de todas as idades e são causadas por vários tipos de parasitas intestinais. Mesmo cães vermifugados podem se reinfectar.

Sintomas: barriga inchada, diarreia, perda de peso, anemia, apatia, vômitos com presença de vermes.

Tratamento: vermífugos de amplo espectro administrados conforme orientação veterinária. Pode ser necessário repetir a dose após 15 dias.

Prevenção: vermifugação periódica (a cada 3-6 meses), controle de pulgas (transmissoras de tênias) e higiene do ambiente.

5. Sarna

Existem dois tipos principais: sarna demodécica (não contagiosa, relacionada à imunidade) e sarna sarcóptica (altamente contagiosa e transmissível a humanos).

Sintomas: coceira intensa, feridas, pele espessada, queda de pelos em placas, cheiro forte.

Tratamento: medicamentos tópicos ou orais, banhos terapêuticos, controle de infecções secundárias e suporte à imunidade.

Prevenção: boa alimentação, controle de estresse, evitar contato com animais contaminados.

6. Otite

Inflamação do ouvido comum em cães com orelhas grandes e peludas. Pode ser causada por fungos, bactérias, ácaros ou alergias.

Sintomas: coceira constante, cabeça inclinada, secreção marrom ou amarelada, mau cheiro, dor ao toque.

Tratamento: limpeza com solução específica, aplicação de pomadas ou gotas antifúngicas, antibióticas ou acaricidas.

Prevenção: secar bem o ouvido após o banho, evitar água dentro das orelhas, higienização semanal com produtos veterinários.

7. Leptospirose

Doença bacteriana grave, transmitida por urina de ratos, especialmente após enchentes. É zoonose — ou seja, também contamina humanos.

Sintomas: febre, vômito, fraqueza, olhos amarelados (icterícia), sangramentos, falência renal.

Tratamento: antibióticos, internação, suporte hepático e renal. Casos graves exigem UTI veterinária.

Prevenção: vacina anual, controle de pragas, evitar locais alagados ou com lixo acumulado.

8. Alergias de pele

Muito comuns, podem ter diversas causas: alimentos, picadas de pulgas, pólen, mofo, produtos de limpeza.

Sintomas: coceira, vermelhidão, pele seca, lambedura constante, feridas, otite frequente.

Tratamento: identificação do agente alérgico, uso de shampoos medicinais, anti-histamínicos, corticoides e dieta hipoalergênica.

Prevenção: manter o ambiente limpo, usar antipulgas regularmente, observar reações após introdução de novos alimentos.

9. Doenças dentárias

Acúmulo de tártaro e placa bacteriana levam à gengivite, infecções e até perda dentária. A saúde bucal é muitas vezes negligenciada.

Sintomas: mau hálito, gengiva inchada, dificuldade para mastigar, salivação excessiva, dentes escurecidos.

Tratamento: limpeza dentária profissional sob anestesia, antibióticos e extração de dentes comprometidos.

Prevenção: escovação dental com pasta específica para cães, petiscos dentais e check-ups periódicos.

10. Obesidade

A obesidade é uma epidemia silenciosa que abre caminho para inúmeras doenças comuns em cachorro — cardíacas, ortopédicas, diabetes e mais.

Sintomas: aumento de peso, cansaço fácil, dificuldade para subir escadas ou brincar.

Tratamento: dieta supervisionada, ração light, aumento da atividade física, redução de petiscos.

Prevenção: alimentação equilibrada desde filhote, controle de porções, rotina de exercícios e estímulos diários.

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Quando ir ao veterinário?

Não espere o quadro se agravar. Ao primeiro sinal de alteração no apetite, comportamento ou aparência, procure um veterinário. Muitos casos são reversíveis se tratados a tempo.

Prevenir é sempre mais barato (e menos doloroso) do que tratar. Com vacinação em dia, alimentação de qualidade, vermifugação regular e muito carinho, seu pet terá uma vida longa e saudável ao seu lado.